Saber calar!
"Não
nascemos para ficar sozinhos, quem gosta de solidão como eu, tenta,
mas não consegue pois temos que de uma forma ou outra interagir com
outros seres humanos, nos tornando responsáveis pelo que dizemos ou
fazemos.
Quando
comecei a trabalhar sabia que não seria fácil, pois sou anti social
entre outras características ruins, que muito me definem, logo, sei
que nunca vou experimentar dos prazeres que outras pessoas dizem
sentir e que lhes faz tão bem, como relacionamentos amorosos, sair
para festas e me divertir fazendo novos amigos.
O
que me resta nesse caso é a falsidade, de fingir está tudo bem
quando na verdade não está, fingir gostar de um chefe ou um
comentário que se respondido pode me custar o sustento no fim do
mês, então eu fingo para sobreviver. Desejando o pior pois não sei
meu lugar na terra.
Eu
estudo de verdade para ser alguém, mas a vida quer que eu seja o
lixo que eu sou, e dizem que tudo o que passamos serve de
aprendizado, mas por mais que eu tente sempre sai merda da minha boca
(sempre a mesma merda), e eu acaba destruindo, até o que (talvez)
nunca tenha existido, minhas amizades.
Com
a vida aprendi que não tenho amigos e sim colegas, sejam eles de
cursos, trabalhos, encontros inesperados, ou mesmo na internet.
Tem
pessoas que cruzaram meu caminho e dizem gostar de mim, mas eu sei a
verdade, alguns por interesse, outros por afinidade, eu sei e vocês
sabem, ninguém se importa de verdade com ninguém, todos temos a
necessidade de nos sentirmos queridos, mas para alguém egoísta como
eu acho que isso não basta, eu queria de verdade conhecer alguém, e
tentar entender qual é a graça de perder de tempo conversando, como
dizem: “jogando papo”, sobre os relacionamentos os fatos bons e
ruins que acontecem quando dividimos nosso dia a dia com outra(s)
pessoa(s), pois eu acredito que não devo me meter na vida de ninguém
para que ninguém se meta na minha.
O
que eu sei é que eu amo fazer coisas diferentes, viajar sem rumo, ir
para lugares como, cinema e praia (no crepúsculo) sozinha para não
ser incomodada, sentar na calçada da rua e ler um livro
despreocupadamente, criar, mas isso já não é mais uma realidade.
1.
Viajar está fora de questão por eu ser pobre e desempregada.
2.
Cinema e praia até que é algo possível de fácil acesso, mas caro
de certa forma.
3.
Sentar na calçada para ler um livro, já foi uma realidade, hoje a
falta de segurança no meu bairro não me permite isso.(Na verdade
nem no meu bairro e nem no meu país. Cada dia sai uma notícia pior,
mas para quem ver de fora está tudo bem por aqui.)
Mas
o que eu acho que gostaria no momento é aprender a calar, como sou
muito arrogante, até as brincadeiras com os mais íntimos acaba
sendo bruta ou em tons sarcásticos, mas claro que só faço isso com
quem tenho intimidade, se não conheço nem abro a boca, é ai que
esqueço que o que é divertido para mim é pesado e mau educado, se
visto de fora por quem não me conhece e esqueço que na verdade eu
sou a única bocô que deve gostar de si e das baboseiras que de mim
saem.
E
como no mundo real eu desgosto de tantos e de mim, o melhor que faço
é sonhar.
Esse
ano começou de uma forma horrenda, briguei com uma amiga, fiquei
endividada, não passei em uma prova de seleção, considerada fácil
(e talvez não passe na próxima que também vou fazer no fim do
ano), mas com certeza o pior está sendo não saber a hora de
silenciar e poupar o mundo de mim, parece que desde que nasci estou
destinada a falar besteiras e mais uma vez me dou mal por ser quem
sou: Essa coisa desnecessária no planeta, o erro de duas pessoas que
não souberam se proteger e criando essa derradeira."
Por:
Juliana Osty!
































