sexta-feira, 19 de julho de 2013

Meu Surreal!

Capítulo 2


    Acordei em um quarto enorme, talvez o quádruplo da minha casa, cresci num acoplado da casa de minha avó e sempre foi uma humilhação pessoal já que meus pais nunca se interessaram nem em arrumá-la, a casa sempre esteve para as baratas e a bagunça, contudo esse quarto em que me encontrava agora era enorme a cama caberia unas 8 pessoas, nesse momento lembrei das amizades que deixei para trás, mas que talvez nunca tenham sido amigos, na minha fantasia quis acreditar ter amigos e no meu egoismo quis acreditar que eles se importavam, mas acho que todos sempre querem ter seu momento, aquele segundo em que o mundo gira, um segundo só para você e ai você acorda e percebe que não, pois você é só mais um inútil, talvez por esses pensamentos sempre estive só, como estava agora neste quarto.
   Havia uma grande janela e pelo que dava para perceber uma varando, sempre fui fã de varandas uma das coisas que mais me encantava em viajar era apreciar a arquitetura das cidades, principalmente as arquiteturas que me recebiam com uma bela varanda, e a daquele quarto também era algo para me tirar as palavras era simplesmente indescritível, mas reparei que tinha uma escrivaninha, o que para mim já era mais que suficiente e uma estante com todos os meus livros, outro encanto. Depois, um pouco a esquerda da janela, vi duas grandes portas e um pouco mais afastado uma grande porta que acredito era a saída do quarto.
   Me aprecei em ir até a janela, mas não tinha dado atenção inicialmente para o fato de estar nua e não avistar minhas roupas, comecei a procurar e nada, nessa procura achei minhas gatas que dormiam numa caminha para gatos bastante confortável e na primeira porta achei o guarda – roupa, nada de muito especial apenas alguns vestidos e me aprecei logo em vestir, o primeiro que peguei para minha sorte coube perfeitamente o que me surpreendeu já que nunca fui magra, com exceção de dois vestidos todos eram de cor escura o que me agradou muito.
   A outra porta ficava fechada, achei estranho pois jurava ser o banheiro, então fui dar uma olhada na varanda, parecia um sonho que virava realidade a vista era perfeita, o que avistava era magnífico um enorme lago e ao longe uma floresta, mas pelas poucas cores que via acredito ter uma cidade ou vila em seu meio, o que me deixou ansiosa para explorar o lugar, mas acho que primeiro deveria conhecer a casa, quando olhei para baixo percebi que deveria estar a uns cinco metros de altura, mas quando voltei para dentro, Rió estava sentado na cama, me esperando.
   - Impressionante, não? - Ele me questionou.
   - Definitivamente! É incrível, eu espero ter a chance de conhecer um pouco desse lugar.
   - Vou tera a vida toda para conhecê-lo, ele é seu.
   - Como?
   - Esse mundo todo é meu, logo é seu também.
   - Mas pelo que entendo de nosso primeiro encontro, você tem outros filhos.
   - É deles também. Mas devo algumas explicações a você antes de começar a lhe mostrar a casa e resto da família. Primeiro, o motivo de você ter nascido em outra família e pior, em outro mundo, quando você tinha poucos dias, foi culpa de seu Avô por parte de mãe, que resolveu entrar em guerra comigo pela sua guarda, ele achava inaceitável alguém de sua linhagem ser criado em outra cultura, com outros costumes.
   "Não foi um problema para sua mãe que estava disposta a se mudar para este mundo que estamos agora e recomeçar sua vida, mas seu Avô não via dessa maneira e se sua filha queria viver isso era problema dela e sua neta nada tinha a ver com isso, sua mãe se recusou a lhe entregar a seu Avô, de qualquer forma, quando seus Guardiões chegaram aqui para levá-la, sua mãe lhe colocou no seu Dragão, que a levou para um mundo que não estivesse em guerra, pelo menos de forma temporária e o Dragão dela cuidou do resto, escolheu uma família em que o bebê estivesse nascido morto e lhe colocou no lugar do corpo morto, junto com um feitiço de proteção, assim você cresceu naquela família que na minha opinião, já sabia da verdade bem no fundo.
   O tempo passou normalmente para nós, mas o mundo onde você estava o tempo gosta de ser apressado e quando percebemos você já tinha 13 anos, mas eis que aconteceu um acidente com sua irmã mais velha que me levou a adiar seu retorno para casa, Lireia, eu realmente sinto muito, pela demora, mesmo adiando seu retorno para casa, não foi possível conseguir a ajuda que sua irmã precisava e quando percebemos você já estava com 17 anos, o que foi frustrante pois mesmo não pertencendo aquele mundo seu corpo se adaptou para crescer de acordo com os costumes deles, e agora você tem 18.
   Sei que devo ter soutado tudo de uma vez, mas a dias que busco as palavras certas e nada, então optei por falar tudo de uma só vez, desculpe, não sou bom em preparar o emocional dos outros para situações assim."
   Fiquei apenas parada feito boba encarando o Rió, processando toda a informação, certo fazia sentido sim, claro afinal eu já havia me beliscado catorze vezes desde de que ele começou a contar a história e tudo parecia fazer sentido para aquela realidade.
   - E onde está minha mãe agora?
   - Seu Avó ameaçou a própria vida caso ela não voltasse para casa principalmente depois de perder a neta, ele me culpa até hoje pelo seu desaparecimento, para nós é como se não tivesse se passado 3 anos, mas no mundo em que estava, o tempo parece odiar seus habitantes, é só olhar para você que tenho a prova disso.
   - Sim, realmente a gente se olha no espelho e parece já ter se passado 10 anos, que por sinal me parecem muito mal aproveitados.
    - Concordo, mas aqui o tempo vai voltar a você em forma de conhecimento, vamos lhe ensinar tudo o que pudermos, e com suas experiências já vividas tonho certeza que sua mãe ficara muito satisfeita quando lhe reencontrar de novo.
   - E isso será logo? - Sinceramente espero que não, minha mãe de outro mundo e eu nunca fomos muito bem chegadas.
   - Espero que sim, afinal ela já recebeu a mensagem de que você está aqui, no entanto ela ainda não aceita o fato de não ter tido a chance de te criar.
   - Ela tem um Dragão de estimação?
   - Tudo a seu tempo. - Foi tudo o que obtive dele.
   “Mas eu também queria um dragão”.
   Com isso ele se levantou e me indicou a porta para sairmos, os corredores pareciam nunca acabar e a luz era fornecida por diversas janelas que seguiam todo o caminho, havia muitas fotos de crianças, no decorrer que avançávamos, e ele nada disse dos quartos ou salas, ou seja, lá o que fossem.
   - Vou lhe mostrar apenas o que acredito te interessar, passamos por muitas salas e quartos vazios, caso queira utilizá-los para alguma coisa, lembre-se apenas de informar a Seymi, sua irmã, ela é um pouco controladora, mas tirando esse defeito ela é um amor de pessoa, de filha e logo você descobrirá que de irmã também.
   Finalmente chegando na escada começamos a descer, mas percebi que a mesma também ia para cima, esperei, pois achei que depois ele me mostraria. Ele me mostrou a sala, onde a família se reunia para conviver, seguido da sala de jantar, cozinha, apesar de grande, eramos nós que cozinhamos, o que me deixou preocupada já que não sou muito de cozinhar, sempre fui péssima, no caminho avistei o homem que lembrava muito um samurai ele estava sentado meditando.
   - Há, ali é a sala de treino e aquela de meditação, logo a frente a biblioteca, temos duas uma de uso pessoal meu, e outra para vocês, mas caso queira uma só para você, temos muitos quartos vazios por hora, sinta - se a vontade, eu quase nunca estou em casa, pois tenho assuntos para resolver ao redor desse mundo ou em outros, mas sempre deixo informado a data de viagem e retorno e destinos, com Briareu.
   - Todo bem! Existe jardim aqui?
   - Tudo o que você viu ou vê é nosso jardim.
   Fiquei sem palavras, mas prosseguimos até a sala de jatar, onde os outros nós aguardavam e pude finalmente conhecer todos os irmãos, cada qual com seu nome excêntrico, comecei a achar o meu lindo.
   De todos os irmão pude perceber uma certa antipatia por parte de Semic e Briareu, ambos fechavam a cara para mim, também conheci Fekaíl, ela tinha ar de inteligente, e realmente era. Ela usava óculos, era ruiva, um pouco mais alta do que eu, que media 1,71, tinha feições mais fechadas, contudo sorriu para mim, mas se manteve em silêncio e começou a ler seu livro seja lá sobre o que se tratasse, talvez interessasse mais a ela do que a mim.
   - Lyreia, você gostaria de comer alguma coisa? - Perguntou Seymi.
   - Não, obrigada. - Na verdade estava com muita fome, mas não queria dar trabalho para ele já que pareciam me odiar, não Seymi é claro, mas Briareu me incomodava muito com seu olhar acusador e Semic que parecia querer que eu sumisse dali logo, ficamos um logo tempo em silêncio até que vi na parede a foto de uma menina de cabelos negros e muito bonita, ele vestia um vestido negro em estilo gótico, parecia um anjo negro, seus olhos eram viletas como os de Briareu, que agora se encontrava atrás de mim com um olhar sério e parecia me odiar mais que o normal.
   - O que está olhando?
   - A menina da foto. - Respondi já esperando o pior.
   - Não é ninguém, agora volte para o seu acento.
   - Não é por nada, mas não vejo nada de mais ficar de pé aqui. - Rebati.
   - Faça o que eu digo, e mais importante não fique xeretando por ai ao vou dar um jeito para que nunca mais ande por ai, também.
   - Como se você mandasse em mim. - Tava começando a me irritar. E como assim também?
   - E quem você pensa que eu sou?
   - Um intrometido e desocupado, que não me conhece e que eu não conheço e nem faço questão, afinal aposto que você fiaria muito melhor se eu não tivesse nascido para atrapalhar sua vida perfeita…
   - Cale-se! Você...
   - Já chega. - Fomos interrompidos pelo Rió que naquele momento surgiu na sala e parecia bem irritado.
   Para mim estava claro que se deixasse ele me defender eu seria agora tratada por Briareu como a queridinha do papai, aquele idiota, então sai da sala mesmo sem permissão já que quando estava saindo ouvi Rió me pedindo para parar o que não fiz, corri o mais rápido possível por um corredor que ainda não conhecia e cheguei a uma grande porta, empurrei com toda a minha força e ela era bem pesada, mas logo consegui sair, agora me encontrava na entrada da casa e conseguia ver a magnitude do lago e da floresta que se apresentava majestosa atrás dele.
   - Lireia! - Não olhei para trás estava com muita raiva, mas era Seymi.
   - Seymi, o que foi?
   - Não fuja, por favor você ainda não conhece esse mundo e prometo que vamos sair e conhecê-lo peço apenas que tenha um pouco de paciência com Briareu e você ainda não conheceu um irmão.
   - Que está faltando?
   - Zairon, é ele que vai te treinar. E pode não parecer mas é o caçula depois de você.
   - Acho que o vi meditar.
   - Sim é ele mesmo, você vai ama - lo e tenho certeza que ele também já te ama.
   - Mas ele chegou a me conhecer para me amar?
   - Todos nós chegamos a te conhecer, meu amor.
   Bom numa coisa Rió tinha razão, Seymi era muito carinhosa e parecia muito agradável ficar perto dela e foi o que eu fiz durante o resto do dia, fiquei perto dela e evitei olhar para Briareu ou Semic. 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Meu Surreal!

Capítulo 1




Nada mais desconfortável que ter de ir numa manhã de quarta - feira buscar as notas das provas finais no colégio, de certa forma não me incomoda, pois quase ninguém se importava com isso, acho que só eu que sempre fui de me cobrar bastante sobre minhas conquistas, contudo naquela mesma manhã como sempre, abracei minhas duas gatas de estimação, Kakall e Ryoohki, meus bebês, tentei cumprimentar minha mãe o que nunca foi um sucesso, já que eu e ela nunca fomos próximas, acho que ela nunca quis uma filha na verdade e meu pai que no final se mostrou um pouco defeituoso na sua função, o que é lamentável, mas não via a hora de seguir com minha vida e deixar tudo isso no passado.

 Já no colégio quase vazio, exceto por alguns poucos alunos que como eu se importavam com suas notas e alguns professores que não viam a hora de ir embora e a coordenadora que sempre gostava de demostrar se importar com os alunos que não se importavam com ela, uma vez deixei minha insatisfação com a vida transbordar e fui convidada a uma série de questionários quanto ao que importunava, bom nada disse, pois nada tinha a ser dito, mas devo admitir que depois daquele dia tive mais cuidado com minhas palavras, pois nem todos sabem respeitar a escolha do silêncio, sempre odiei falar de mim, por isso nunca me interessei pelos outros, acredito no respeito.

 Caminhando pela escola, apenas com a intenção de me despedir já que era meu último ano letivo, entrei em algumas classes em que tive bons momentos e conheci pessoas  especiais, mas que no próximo ano não estariam mais na minha vida e por alguma razão não me importava com aquilo, sempre fui fã da solidão, como última parada me encaminhei ao banheiro onde uma menina baixinha que nunca vi na escola antes, ela vestia um vestido preto de caimento único, que mostrava que ela não tinha nenhuma curva em seu corpo, como se isso importasse, seus sapatos eram igualmente pretos e de estilo gótico, ela se arrumava frente ao espelho apenas mexendo no cabelo, bom mas não estava ali para aquilo. Quando sai da cabine o banheiro estava diferente e havia várias gaiolas penduradas.
 - Desculpe as vezes deixo escapar minhas ideias. - Disse a menina que antes se arrumava frente ao espelho.
 - Estranho, você já experimentou usar uma folha? - Não sei bem porque ironizei.
 - Isso não te assusta? - Ela pareceu surpresa. Mas como disse não me importo com a vida dos outros, mal tenho tempo para a minha.
 - Não! Não me importo.
 - Por acaso você tem algum dom também? - Ela parecia esperançosa. 
 - Isso aqui é um dom? Bom não, sou clichê como os outros.
 - Gosto do modo como você fala.
 - Se me dá licença, tenho que ir para casa? - Comecei a me direcionar a saída.
 - Bom, mesmo que você não se importe, permita me apresentar. Meu nome é Nathali.
 - Certo, com licença, Nathali. - Mas ela me deteve.
 - Espere! E o seu nome?
 - Isso importa?
 - Claro! Por favor me diga. - Insistiu.
 - Ok, Meu nome é Lyreia. - Sim, esse realmente era meu nome e acho que se cooperasse poderia sair dali mais rápido. - Posso me retirar agora?
 - Claro vamos ter muito tempo para conversar depois. - Nesse momento já havia me retirado do banheiro, e quando olhei para dentro ela havia sumido.
 "Ok! Posso assumir que estou ficando louca."

 Chegando em casa fui recepcionada pela Kakall, que como sempre me ignorou, pois ela é a dona da casa, na verdade ela gostava de um colo e de carinho em excesso, contudo assim que ela percebia a presença da Ryh, ela sempre disfarçava, e eu tinha de colocar ração a quase 1h, tão linda fazendo birra, Ryoohki vei assim que ouviu o som da ração. Depois disso resolvi me isolar no meu quarto junto a um bom livro, lembro de está lendo H.P., quando ouço uma explosão vinda da rua, diferente do resto da vizinhança apenas fui averiguar se minhas gatas estavam bem e não as encontrei em lugar nenhum, depois de um tempo a vizinha veio informar que elas haviam entrado na sua casa e indo busca-las presenciei a coisa mais absurda de toda minha vida, um homem alto, um tanto gordo e com vestimentas de cozinheiro, prendera minhas gatas em gaiolas e estava apontando uma faca para elas e falando em uma língua que nunca havia escutado antes.
 - O QUE PENSA ESTAR FAZENDO? - Gritei como se não houvesse amanhã e corri para junto delas e agarrei a gaiola.
 - Preparando o jantar, claro.
 - Não! O que está fazendo colocando minhas gatas numa gaiola?
 - Rá! Elas são o jantar!
 Depois de ouvir aquilo corri o mais rápido que pude, minhas pernas doeram, mas agora estávamos em casa e tranquei a porta, além da chave, com a comoda mais próxima e me escondi no meu quarto, coloquei elas, que ainda estavam dentro da gaiola, no guarda roupa, e peguei a espada que meu pai guardava de sua coleção pessoal, depois voltei para o quarto iria defende-las custe o que custasse.

 Quando adentrei o quarto havia um homem sentado na minha cama, mas nunca tinha visto ninguém como ele, era alto, tinha cabelos brancos, olhos violeta, e sua vestimenta parecia ter saído de um filme elfico, ele mesmo parecia um elfo. Quando se deu conta de minha presença, se levantou, e sorriu para mim, por alguma razão chorei e não conseguia deter minhas lágrimas, saíam sem que eu quisesse, céus e queria abraça-lo, mas mantive a compostura, afinal talvez estivesse ali para pegar minhas gatas e entregar para aquele, pisicofelino.
 - Não sei que é você, mas não se aproxime. - O alertei.
 Ele continuou parado e sorrindo, nada disse e continuou onde estava, mas agora se sentava novamente na cama e observava minha fotos no armário, se direcionou ao móvel e começou a tocar a fotos, com o mesmo sorriso doce no rosto, mas por que eu continuava chorando, eu não sabia.
 - Você cresceu muito, meu bem! - Ele finalmente disse algo.
 - Quem é você?
 - Seu pai.
 - Não meu pai está trabalhando e com certeza não é você. Logo atrás de você tem um espelho, use-o para entender que não nós parecemos, olhando para você diria apenas que é um homem muito estranho. - Dessa vez acho que falei demais. - Não quero te ofender, mas ... - Achei melhor calar a boca.
 - Eu sei que não nós parecemos fisicamente, você parece mais com sua mãe. E não se preocupe eu não me ofendi, na sua posição também acharia estranho um homem trajado como eu no seu quarto. Vim aqui apenas para leva-la para casa.
 - Eu já estou em casa e não vou a lugar algum, tenho duas gatas para criar.
 - Eu sei de tudo e desculpe o ocorrido naquela cozinha agora a pouco, nosso cozinheiro insistiu em buscar seres diferentes para nós alimentar. Alias, pode traze-las se assim preferir.
 - Onde exatamente você mora?
 - Você vai amar, tenho certeza, lá somos mais pacíficos que nesse seu mundo de guerras.
 - Mundo?
 - Pegue suas gatas e o que mais quiser levar, sei que ama ler, tenho observado que você tem um gosto variado para leitura, e espero que a biblioteca de nossa casa lhe agrade.
 - Você tem uma biblioteca?
 - Nós temos, meu bem.
 - Mas e minha família atual? Não posso ir sem deixar nenhuma informação.
 - Não se preocupe, eles nem lembrarão que você um dia existiu.
 - Isso procede mesmo? Porque acho que estou sonhando agora. - Resolvi pular da cama direto para o chão para acordar, mas enquanto caia ele me segurou e disse não ser necessário tanto.
 Depois de seu abraço, me afastei rapidamente, por alguma razão fiquei envergonhada, mas fiz o que ele disse, peguei minhas gatas e quando ia escolher alguns livros, estavam todos empilhado como uma caixa e minhas fotografias estavam juntas, os olhos dele , antes violeta, agora eram amarelos, o que o deixou ainda mais bonito, realmente inacreditável que aquele homem fosse meu pai, mas também sabia que iria acordar a qualquer momento e voltar para minha realidade patética.
 Segundos depois surgiram três homens no quarto o primeiro, tinha uma postura madura e séria, o segundo parecia ter saído de um filme de samurai e tinha um aspecto sereno e tranquilo que me trazia paz só de olhar para ele o terceiro tinha orelhas de gato e parecia um adolescente travesso e brincalhão, mesmo assim trajava uma vestimenta gótico que também lhe atribuía uma aparência mais dark, sinceramente eu gostei, contudo foi o primeiro que quebrou o silêncio, ele vestia uma roupa simples e estava descalço, todos os três eram lindos e se pareciam com o homem que disse ser meu pai.
 - Pai, terminamos com os sequestradores. Podemos voltar para casa agora?
 - É claro Briareu. - Briareu, que nome diferente e bonito, na minha opinião claro.
 O terceiro que entrou agora me encarava muito de perto e parecia mais interessado ainda nas minhas gatas, foi então que ele reparou no espelho e me puxou para perto analisando suas próprias orelhas e as das gatas, senti vontade de rir, afinal ele era fofo tive vontade de aperta-lo, mas ele olhou sério para mim.
 - Eu sou superior de qualquer forma.
 - Acredito que sim. - Respondi, mas ele me ignorou e voltou para junto dos outros.
 - Semic, por favor não incomode sua irmã. - Advertiu o pai.
 - Desculpe! - Interrompi. - Mas qual é o seu nome?
 - Há claro, me chamo Rió, mas ficaria feliz se me chamasse de pai.
 - Bom isso leva tempo, mas vou tentar.
 - Levem as coisas dela. - Pediu Rió para os outros que confirmaram com a cabeça e carregaram minhas coisas como se não fosse nada além de uma folha de papel.
 Depois de sumirem ficou apenas eu e Rió, ele ficou me encarando e acho que teria alguma explicação quanto a minha origem, afinal se ele me queria de volta por quê só agora?

 - Você pode ficar um pouco tonta afinal é sua primeira viagem para outro mundo, mas estarei do seu lado acredite. - Apenas confirmei com a cabeça, minhas gatas, meus livros e roupas já haviam ido na frente não tinha com o quê me preocupar. Mas como ele me adivertiu eu desmaiei.