Capítulo
1
Estava
com alguns amigos numa casa de praia era bem minha cara, estilo
vitoriano, poucas
pessoas , com varanda de frente para o mar. Escolhi o quarto, que na
verdade estava mais para sótão e possuía
um teto inclinado com janelão que dava para uma varando com espaço
suficiente apenas para uma pessoa e no máximo uma cadeira, o que
para mim era perfeito, naquela noite meu melhor amigo Hian me ligara
e começou a falar que não via a hora de voltar de viagem para nós
reencontrarmos, o lance com o Hian é que parecia que já o conhecia
a milhares de anos e me sentia na liberdade de falar com ele sobre
absolutamente tudo e ele sempre me tratou como sua irmãzinha,
literalmente, dos meus amigos na casa de praia o mais próximo de mim
era o Miguel, mas sua amizade não se comparava a de Hian.
Propus
tirar fotos e foi que fiz durante a tarde, Kátia
parecia se divertir em mostrar poses sensuais para os
meninos que não
paravam de nós seguir por causa dela, Katia tem um corpo bem bonito
diferente de mim que estou mais para a categoria “amiga gorda”.
Já pela noite
fomos a um bar onde para minha sorte ninguém bebeu, não
sei por respeito a minha presença já que não gosto de bebidas ou
se por que o Miguel pediu decidimos
então voltar
a pé o retorno foi bem tranquilo, até chegarmos no bosque, quando
uma luz verde nós cercou e um trem, sim
um trem,
com formato similar a uma centopeia com poucas janelas e
muitas pernas, surgiu
a nossa frente quase que colidindo diretamente conosco, tinha cor
esverdeada
e pareciam não existir portas, nem condutor nas pontas.
-
Afinal o que está acontecendo? - Perguntou
Miguel.
-
Acho que essa não é a pergunta certa? – Respondeu Katia.
-
Os trilhos acabam ali. – Apontei para um espaço entre duas árvores
gigantes, que pareciam indicar um caminho.
-
Jhãany tem razão. E vejam na parte superior das árvores, parece
ter canos gigantes. – Confirmou Erick.
-
Falando em cano essa coisa trem seja o que for parece ter saído
justamente de um. – Katia apontava para as árvores na direção
oposta.
-
Acho melhor voltarmos para a casa de praia e ligar para a polícia. –
sugeriu Miguel.
-
E dizer o que? Não estou afim de ser interrogada. – Queixou-se
Katia.
-Como
ele parece está abandonado, por que simplesmente não deixamos ele
ai e vamos embora? Eu adoraria explora – lo, mas estou muito
cansada e se amanhã você ainda quiserem falamos com alguém.
Mas
antes que pudesse terminar o que tinha para dizer o trem voltou a
brilhar e tomou impulso do chão seguindo pela continuação do
túnel/cano. Ainda
pelo choque daquilo tudo eu me virei para o lado posterior a de meus
colegas e quando os encarei novamente estavam sérios me olhando, foi
uma das sensações mais estranhas da minha vida.
Voltando
para a casa eles não tocaram no assunto, mas por mim tudo bem afinal
estava muito cansada resolvi que falaria no dia seguinte com eles
sobre aquilo.
Pela
manhã todos agiram normalmente, como se nada tivesse acontecido,
tomamos o café da manhã, jogamos vôlei, e durante o almoço toquei
no assunto.
-
Então, alguém já tem uma ideia do que aconteceu ontem? –
Comecei.
-
O que aconteceu ontem? – Perguntou Erick.
-
Sei que prometemos não tocar mais no assunto, mas como estamos a
sós, pensei ser seguro. – Encarei Erick que sempre gostou de tirar
uma comigo.
-
Mas do que você está falando, Jhãany? – Questionou Katia.
-
O trem.
-
Que trem? - Perguntou Katia.
-
Você sabe o que quase nós atropelou, ontem a noite.
-
Há, você quer dizer que sonhou com um trem. – Riu Miguel.
-
Não, me refiro aquele do túnel entre as árvores.
-
Sinceramente Ny-cham(meu apelido), não fazemos ideia do que você
está falando. – me garantiu Erick.
Preferi
não tocar mais no assunto e fingi que foi tudo só um sonho.
Ainda
na casa de praia meu primo me liga informando que se juntaria a nós
com uma amiga o que não estranhei, mas meu primo era um estranho
para meus amigos, mesmo assim ele se deu muito bem com todos bem até
de mais, já a amiga dele uma doidinha com quem nem eu me dava bem
arranjou briga com Katia o que encurtou
nossa viajem para apenas uma semana ao invés de duas já que Katia se
recusava a continuar na mesma casa que a menina.
Falei
do ocorrido com o trem para meu primo e como os outros ele falou que
com certeza não foi nada mais que um sonho já que, segundo ele eu
era esquisita e isso
era normal no meu caso.
Chegando
em caso fui conferir meus e-mails e minha velha amiga Alaly havia me
mandado um que me convidava para ir a um parque novo que chegara na
cidade a um tempo e já chamava a atenção, como estava de férias
decidi que quanto mais diversão para mim melhor, assim que desligo o
computador ela me liga.
-Vamos
ao parque novo que abriu? - Pergunta
Alaly no telefone.
-
Até iria, mas estou com pouco dinheiro, por causa da casa de praia,
mas
vou ver como me viro com meus pais.
-
Tudo
bem, eu ganhei cortesias, vai você, eu e uns amigos, tudo bem?
-
Tudo – Me apressei e deixei tudo pronto para sair a tarde e fui a
casa de Alaly.
Mais
tarde no parque, como esperado andamos em todos os brinquedos, exceto
um no qual ela morre de medo que
por sinal é o um dos brinquedos mais bestas e famoso dos amantes,
e deixamos a montanha russa para o final por causa do tamanho da fila
que parecia não ter fim. Sinceramente esperava que valesse a pena
pelo tempo que fiquei em pé.
Meia
hora depois uma amiga dela que vinheira conosco passou mal e achamos
melhor encerrar anoite de diversão por ali. No caminho tivemos de
pegar um desvio por conta das obras presentes no caminho e fomos para
num túnel, que segundo o amigo da Alaly não deveria está ali,
acabamos numa estrada que dava de frente com, acredite se quiser, uma lago, infelizmente não dava para fazer o retorno e tivemos de
continuar pela estrada, quando algo começou a emergir das águas e
ouvimos uma voz grave.
-
Já está na hora? – Dizia a voz.
-
Hora de que? – Perguntei.
-
Mas eu ainda não estou pronta. – Uma voz veio do fundo do carro.
-
Ana, o que está acontecendo? – Perguntou o menino que dirigia.
-
Eu não sei como fazer. – Ela respondeu, mas não para o garoto e
sim para a voz.
Ana
saiu do carro, ironicamente era a menina que tinha passado mal, então
acompanhamos, ela começou a se aproximar mais do lado e como
esperado ela caiu, tentei segura – lá, mas já era tarde Alaly me
puxou pelo braço e por pouco não cai junto, foi quando ela surgiu
do lago com uma aparência totalmente diferente e bem mais saudável.
Não
sei bem o que ela era, mas não parecia humana e sim uma deusa, era
linda e nós encarava em cima de alguma coisa, não sei bem o que
era, mas era o dono da voz grove de antes, até que finalmente
quebrou o silêncio.
-
Tenha cuidado e não se aproxime desse lago. – Foi quando reparei
que visto mais de perto o lago era absolutamente negro lembrando
piche,
dava também uma sensação mórbida no corpo, não sei se os outros
sentiram isso, no entanto não toquei no assunto. – Vão embora.
-
Ana o que está acontecendo? Você não estava passando mal? -
Perguntou
Alaly.
-
Não insistam em saber, vão de uma vez a não ser que queiram ficar
a presos aqui.
-
Mas Ana…
-
Vão!
Depois
daquela declaração e de uma imagem gigantesca surgindo atrás dela
achamos melhor ir embora. Voltamos o mais rápido possível para o
carro e seguimos para outro túnel que continuava pela estrada e
saímos na cidade. No dia seguinte Alaly me liga.
-Vamos
ao parque novo que abriu?
-
De novo?
-
Como assim de novo? Você já foi?
-
Não, fomos ontem esqueceu?
-
Ontem? Ontem foi sexta, você não estava numa casa de praia?
-
Não ontem foi sábado.
-
Ny-chan, deixa de ser louca, vai ver você sonhou. – Mais uma que
diz que eu sonhei com algo.
Achei
melhor mais uma vez fingir que foi só um sonho, até porque não
tinha como aquela menina e o lago terem existido chegando na casa de
Alaly, ela corria de uma lado para o outro, como sempre nem um pouco
pontual.
-
Vamos?
-
Vamos sim, espera.
-
Seus amigos não vão?
-
Não eles foram ontem e me conseguiram essas cortesias.
-
Atá. – Mas será mesmo que foi um sonho?
-
Resolvi
que chegando do parque ligaria para o Hian e falaríamos
sobre tudo, o trem, a menina
no parque.

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