Capítulo 3
Chegando em
casa encontro a família ainda se preparando para jantar e minha mãe fez sinal
com a cabeça para que eu a acompanhasse, obedeci, fomos a biblioteca como de
costume sempre íamos para lá quando queremos conversar ou simplesmente fugir do
mundo. Mamãe nada disse apenas se sentou no sofá e ficou observando a janela.
- Mãe
aconteceu mais alguma coisa? - Perguntei depois daquele longo silêncio e ela
foi direta.
- É difícil
perder a vovó certo? - "De novo esse assunto."
- No começo
sim, mas agora eu já me adaptei, um dia ela teria de ir, se foi apenas um pouco
mais cedo que o esperado.
- Se você
está tão bem porque não está mais indo treinar? - "Há então era
isso."
- Apenas
tirei uma semana de descanso, pretendia voltar nessa semana, inclusive tenho um
encontro. - Achei que falar do Hian poderia parar com aquela conversa, sim já
tinha aceito a morte da vovó, mas não queria falar disso.
- Um
encontro? Com quem?
- O nome dele
é Hian, na verdade é mais um encontro de desculpa que um de namoro.
- Explique.
- Esbarramos
um no outro. E meio que para se desculparmos vamos sair juntos.
- Que coisa
mais boba.
- Eu sei.
- Mas tudo
bem Ana você precisa se divertir também.
- Vamos comer
mãe, que é melhor.
- Vamos.
...
No dia
seguinte fui me preparar para o encontro, antes fui me desculpar com meu
treinador e com minhas amigas que não demostraram muito interesse nas minhas
desculpas, na verdade nem se preocuparam em perguntar o motivo. Nem eu me
preocupei em contar nada, nem sobre minha avó, nem sobre o Hian, ali eu comecei
a perceber que não tinha amigas e sim companheiras de treino e era assim que
iria manter e tratar as coisas, até por que morreriam antes de mim muito
provavelmente. Voltei para casa e coloquei um vestido branco e uma tiara no
cabelo espero que Hian não se importasse com simplicidade pois odeio chamar
muito a atenção.
Fui ao morro
como combinado e lá estava ele, Hian vestia uma calça jeans e uma camiseta
preta, a como poderia esquecer as orelhas de gato, tão kawaii.
- Você chegou
cedo! - Chamei sua atenção.
- Você
também, pelo visto logo o morro estará limpo e poderemos apreciar o por do sol
lá de cima.
- Sim. - Eu
espero.
Fomos ao café
que ele me sugeriu como esperado era realmente lindo, fiquei surpresa com seus
gostos eram muito similares aos meus, acabamos saído por mais tempo que o
combinado, já era quase 20h quando decidimos voltar para casa o morro já estava
totalmente capinado, no entanto estava muito escuro e não pude ver se tinha
alguma coisa escondida naquela escuridão.
- Quando você
acha que os postes de luz serão postos lá? - Perguntei.
- Não sei,
mas espero que não muito breve, já que quero ver as estrelas.
- Eu também.
- Pouco depois de Hian desviar o olhar do morro vi uma luz levemente
avermelhada que ficava cada vez mais forte, pensei em voltar depois que me
separasse de Hian, tinha que investigar aquilo.
Mais a frente,
vi minhas colegas de treino, pareciam está se divertindo sem mim o que não me
incomodou nem um pouco, mas lembrei das vezes que saímos juntas, no entanto
estava com Hian e me sentia melhor com ele. Pouco depois de Hian me deixar em
casa corri para meu quarto colocar uma roupa mais apropriada para a noite,
quando da minha janela pude ver uma luz forte vinha exatamente do morro quase
limpo.
"O que
estaria acontecendo? Espero que nada importante." - Pensei.
Esperei
até meus pais dormirem, pelo menos acho que estavam, e peguei a chave
extra e fui ao morro chegando lá vi algo de totalmente inacreditável uma
montanha russa gigantesca que parecia não só se prender ao morro parecia seguir
quase o mesmo caminha que dava para minha escola, claro que aquilo não era
comum e pelo som parecia que o carrinho estava nos trilos, um pouco mais a
frente pude ver ele dando giros no ar, quero dizer não era bem no ar, na
montanha russa, mas parecia meio invisível.
" - Será
esse meu desafio?"
Corri
seguindo o caminho que o carrinho percorria e cheguei no local que deveria ser
a chegada, mas o carrinho ainda iria chegar, a luz vermelha se aproximava agora
mais forte, seja lá o que era aquilo eu precisava saber, na chegada a coisa ou
pessoa começou a gargalhar o que era meio sinistro, continuei escondida
quando ele, seja lá o que fosse, jogou algo na rua e desapareceu com a montanha
russa, mas não antes de me encarar e me deixar apavorada.
Fiquei mais
chocada com o que ele deixou para trás, minhas colegas estavam ali caídas
pareciam bem então tentei reanima-las.
- Acordem,
Jess, Paula e Sora. - Não obtive resposta.
Como ainda
respiravam, não sabia o que fazer me concentrei e chamei o Serpente através da
mente, não funcionou, senti uma profunda vontade de chorar, mas me concentrei
precisava de ajuda e não era hora de fraquejar, mas quem? Foi quando meu
telefone tocou.
- Ana!
-Sim, Hian é
você?
-Sim sou eu,
queria marcar outro encontro espero não está parecendo precipitado, mas
realmente gostei de hoje. - Acho que ele se esqueceu que era quase 00:00h, mas
foi bom ele ter ligado.
- Hian, o que
você está fazendo?
- Bem está
quase na hora de dormir, mas estou só deitado.
- Sabe onde
fica a escola Suydorima?
- Sim sei,
poderia vir até aqui e me ajudar?
- Mas pensei
que estivesse em casa!
- E estava,
mas eu prometo uma explicação e também compenso você depois, mas me ajuda por
favor.
- Eu estou
indo, mas o que aconteceu?
- Hian,
rápido. - Se iria explicar depois, não havia sentido para conversa paralela.
Guardei o
celular, pois não acho seguro chamar a atenção, pelo menos não na minha
cidade. Demorou um pouco, mas Hian chegou e me ajudou a levar duas das meninas
para suas casas em seguida voltamos e pegamos as outras duas, sei o perigo que
foi deixar as outras sozinhas e talvez devesse ter chamado a polícia ou a
ambulância, mas como explicar 4 meninas desmaiadas, sem parecer louca? Em cada
casa tocávamos a campainha e esperava até alguém aparecer, ironicamente deu
certo. Agora eu tinha que me explicar para o Hian e lá vinha a parte realmente
complicada.
Fui para casa
e prometi a ele um outro encontro agora com explicação de toda aquela loucura e
para explicar que eu não havia tentado matar minhas colegas.
Chegando em
casa minha mãe estava na cozinha, consegui passar por ela e corri para meu
quarto, troquei rápido de roupa e disfarcei o suor, desci para saber o, por quê,
de ela parecer tão nervosa.
- Mãe o que
está acontecendo?
- Seu pai
ainda não voltou.
- E onde ele
foi? - Fique preocupada.
- O morro
está quase todo capinado, ele foi verificar o selo do demônio da montanha
russa.
- Selo?
- Sim o que
garante que ele fique aprisionado e não consiga sugar a energia vital de
ninguém.
- E se o selo
tiver sido removido o que acontece com o pai?
- É isso que
me assusta.
- Mãe! Temos
de ir atrás dele.
- Ana, porque
você acha isso?
Mas não
respondi, correndo, com minha mãe logo atrás, fui para onde estava a montanha
russa e lá estava ela meio invisível já com o carrinho a frente, me direcionei para
a escola onde estava a chegada, consegui chegar antes do carrinho e agora a
única coisa que desejava era que não fosse meu pai.
- NÃO! -
Minha mãe gritou. - Seu desgraçado, eu vou te caçar e te matar, seu demônio. -
Ela gritava para o cara do carrinho enquanto ele ria e sumia no ar.
Meu pai ainda
respirava, mas não por muito tempo agora eu entendia o que minha mãe quis dizer
com energia vital, depois de chegar em casa passado cerca de 2h horas
desacordado ele parou de respirar, sim meu pai morreu literalmente, eu apenas
chorei e fiquei mais uma semana de luto, minha irmã também, apesar de não
acreditar mais nas histórias dessa vez ela amaldiçoou e lamentou a nossa
herança familiar.
- Irmã, eu
não sei como, mas vingue a morte do nosso pai é o que eu lhe peço. - Não
respondi nada, mas faria o que ela me pediu.
Estava
consumida por raiva e voltaria ao lago e de lá traria minha vingança, sim eu
não iria só aprisionar o demônio eu iria faze-lo pagar pelo que fez ao meu pai
e as minhas colegas que descobri uma semana depois que haviam morrido também,
tinha até investigação da polícia pelo bairro e foi assim que fiquei sabendo da
morte delas eu não sabia quase nada sobre o demônio apenas suas histórias, mas
sempre fui boa em pesquisas e ele ia me pagar.

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