quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Citações do livro: O orfanato da Srta. Peregrine

para
Crianças Peculiares


"Eu estava deitado no divã, observando um aquário que ficava no canto, seu único prisioneiro dourado nadando em círculos preguiçosos."

"... . Não nós falávamos desde de o dia em que ele tinha me empurrado do telhado, mas nó dois compreendíamos a importância de manter a ilusão de que tínhamos amigos. ..."

"Também amo você, quis dizer com o sarcasmo mais doloroso que pudesse reunir, mas ela não tinha me visto e mantive silêncio.Eu a amava, é claro, mas em grande parte porque amar a mãe é obrigatório, não porque ela fosse alguém que eu achasse que gostaria muito se conhecesse andando na rua. O que ela não faria, de qualquer maneira; andar é para pessoas pobres."

"- Tenho uma pergunta - falei. - O que é um buraco de pau... quer dizer, padre?
- Ora, é um buraco para padres, claro!..."

"- Quando alguém não o deixa entrar, você acaba parando de bater. Entende o que quero dizer?"

"É sua? Era isso que você levava no trem na última vez em que viu sua mãe e seu pai, quando sua primeira vida chegava ao fim?"

"... . Eu me levantei e fui até o vidro rachado, constatando que lá fora chovia e fazia sol ao mesmo tempo, uma pequena bizarrice meteorológica que ninguém parece concordar qual a melhor forma de denominá-la. Minha mãe, não estou brincando, chama isso de "lagrimas de órfãos". 

"- As vezes, meu jovem, você anda numa linha muito tênue entre ser um rapaz interessante de personalidade muito forte e um cabeça dura terrível. ..."

"Todos nos aproximamos dele sem sair de nossos bancos, como se fosse a hora da historinha em um jardim de infância incrivelmente mórbido."

"- Através de seus tecidos e peles, os sumos do inverno o digeriram. As raízes iletradas refletiram e morreram no vazio de seu estômago. Jazia a espera no fundo do cascalho, o cérebro escurecido, uma enorme ninhada fermentada sobre a terra, e se ergueu das trevas, ossos partidos, os pontos soltos, pequenos brilhantes na margem.
...
- Como se vertesse alcatrão, ele parece chorar o rio negro de si mesmo. A textura de seus pulsos é igual ao carvalho das charnecas, seu calcanhar um ovo de basalto. Os quadris parecem a concha de um marisco, a espinha, uma enguia presa sob uma camada de lama reluzente."

"... . As estrelas também eram viajantes do tempo. Quantos daqueles pontos de luz antigos eram ecos de sóis atualmente mortos?Quantos tinham nascido, mas sua luz ainda não chegara tão longe?Se todos os sóis menos o nosso fossem destruídos hoje, quantas gerações se passariam até que percebêssemos estar sozinhos? Sempre soube que o céu é cheio de mistérios, mas só naquela noite eu me dei conta da quantidade deles que havia na terra também."

"Partimos na direção da colina. No ponto mais alto do cume onde eu sempre parava para olhar para trás e ver a distância já percorrida, desta vez não parei. Acho que estava com medo de fazê-lo."

"Eu costumava sonhar em fugir da minha vida comum, mas minha vida nunca havia sido comum. Simplesmente não conseguira notar como ela era extraordinária. Da mesma forma, nunca imaginei que a minha casa poderia ser algo de que eu sentisse falta, mas, quando estávamos carregando nossos barcos ao amanhecer, ... . E percebi que partir não seria como havia imaginado, como me livrar de um fardo. A lembrança deles era algo tangível e pesado, e eu levaria sempre comigo."


" Já havia comentado em publicações anteriores, mas não custa nada relembrar, as citações que eu postar de livros nesse blog, são as que eu gostei após ler os livros!"

Atenciosamente, Juliana Osty!

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Colina Negra!

Escritor: Bruce Chatwin
Editora: Companhia das letras



Minhas postagens sobre os livros que eu ler daqui para frente, não vão ser resenhas ou explicações sobre as histórias que eu ler, mas as citações que mais gostei e que estão presentes no livro, até por que resenhas vocês encontram pela internet.

Colina negra conta a história dos gênios Jones.
"...O luar beijava a curva do pescoço de Mary, e um rouxinol derramava notas suaves na escuridão. Amos lhe passou o braço pela cintura e disse: "Você moraria aqui?""

"No caminho de volta a casa, embolados atrás da charrete, os dois comentavam a aventura em sua língua secreta. ..."Parem com essa bobagem!", Lewis retrucou: "Não é bobagem papai. É a fala dos anjos. Já nascemos sabendo"."

"Adoravam aspirar o ar quente, úmido e perfumado da estufa, passar a mão na pele aveludada dos pêssegos brancos ou olhar as orquídeas que se pareciam com os macacos dos livros ilustrados."

"... Então indicando com um gesto a arquitetura dos favos de mel, dissertou sobre a natureza da civilização, seus governantes e governados, suas guerras e conquistas, suas cidades e arrabaldes, sobre o trabalho dos trabalhadores, de que as cidades vivem."

"" Nada", escreveu no último parágrafo, "pode ser mais solitário que a solidão do casamento..."

"Ela se lembrava do mar, das oliveiras de flores argênteas balançando-se ao vento e das fragrâncias de tomilho e de cistos depois da chuva. Lembrou-se do calor e do bem-estar de seu corpo sobre a luz do sol. O que não daria agora por uma nova vida ao sol? Para envelhecer e morrer ao sol..."

""Sim", ..."Não existe melhores amigos que os velhos amigos.""

"Mary conversava com Amos três vezes por semana - não por meio de mesas levitantes ou outras técnicas de espiritismo, mas com base na simples crença na vida dos mortos, que responderiam se fossem chamados."

"Alfie achava que o relógio era um ser vivo e trazia presentes para ele - uma pedra bonita, um pouco des musgo, um ovo de passarinho ou um rato morto. Queria muito que o relógio dissesse alguma coisa além de tique-taque... Brincava com os ponteiros e com o pêndulo.
...
O garoto sentia falta do amigo, gritava, vasculhava o celeiro e as outras edificações, batia a cabeça ardente contra a parede caída. Então convencido de que o relógio morrera ele sumiu."

""Ele chegou", repetiu ela. E, quando a cabeça dela tombou para o lado sobre o travesseiro, Benjamin segurava sua mão direita e Lewis a esquerda.
De manhã cobriram as colmeias com crepe preto, para anunciar às abelhas que a mãe se fora."

"As aveleiras coavam a luz do sol, que marchetava as margens do riacho de cores variegadas, O regato cantava. Samambaias de metro formavam espirais entre as cicutárias. Pombas-trocazes arrulhavam. Um gaio cantava ali perto, e um bando de passarinhos menores gorjeava e chilrava em volta de um toro coberto de musgo."

"...Deixem os pobres viverem, foi o que eu disse! Deixem eles viverem! Deixem os coelhos viverem! E as lebres também. Deixem os arminhos continuarem a brincar. E as raposas, eu não quero fazer mal a elas. Deixem que vivam todas as criaturas..."

"...Não posso viver para os mortos", disse ela. "Tenho que viver a minha vida.""

"Se ele passava uma semana sem aparecer, ela ficava muito abatida, imaginando que"homens do Ministério" viriam busca-la ou matá-la. "Eu sei disso", dizia com tristeza. "Já li alguma coisa nos jornais".
Havia ocasiões em que o próprio Theo achava que ela estava "vendo coisas".
...
... . Ela falava do tempo dos pássaros e dos animais, das estrelas e das fases da lua. Ele sentia que havia algi de sagrado nos trapos dela e, em sua honra, compôs este poema:
Cinco casacos verdes
Um milhar de buracos
E as Luzes do Céu brilhando através deles."

"Quem não é ambicioso
E em plena luz do sol vive, gostoso, 
A procurar alimento
E o encontra em seu contento
Venha aqui, venha aqui, venha ao meu lado;
Não achará neste abrigo
Outro nenhum inimigo 
Senão o inverno enregelado.
...
Tal é o uso da palavra, e a palavra não tem fronteiras,
As coisas do coração não têm fronteiras."

"..., o céu escurecia. Soou um trovão na colina. O vento sacudia as janelas, e gotas de chuva caíam nas vidraças."

"... . Havia um tempo e um lugar para cada coisa - um tempo para diverti-se, um tempo para rir, dançar, desfrutar as belezas da terra, as belas flores em suas estações..."


Atenciosamente, J.O.!